cover
Tocando Agora:

Câmara de São Paulo aprova CPI para investigar bebidas adulteradas com metanol

Perícia mostra que metanol foi adicionado em parte de garrafas apreendidas em SP A Câmara Municipal de São Paulo aprovou nesta quarta-feira (8) a criação d...

Câmara de São Paulo aprova CPI para investigar bebidas adulteradas com metanol
Câmara de São Paulo aprova CPI para investigar bebidas adulteradas com metanol (Foto: Reprodução)

Perícia mostra que metanol foi adicionado em parte de garrafas apreendidas em SP A Câmara Municipal de São Paulo aprovou nesta quarta-feira (8) a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a comercialização de bebidas alcoólicas adulteradas com metanol, segundo informações divulgadas pelo Legislativo. O requerimento é de autoria da vereadora Zoe Martínez (PL), que protocolou o pedido no dia 2 de outubro. Na ocasião, a parlamentar afirmou, em vídeo publicado nas redes sociais, que a CPI terá como objetivo investigar os estabelecimentos envolvidos na contaminação por metanol e ampliar a busca por fábricas clandestinas. “Essa situação ultrapassou todos os limites. Precisamos voltar nossa atenção para esse problema gravíssimo e cortar o mal pela raiz”, disse Zoe nas redes sociais. A comissão terá sete membros, que serão indicados pelos líderes das bancadas. Esta será a quinta CPI em atividade na Câmara, número máximo permitido pelo Regimento Interno. As outras quatro CPIs em funcionamento são: Pancadões, HIS, Jardim Pantanal e Íris. Leia também: Perícia indica que metanol foi adicionado em parte de garrafas apreendidas em SP e não surgiu da destilação natural VÍDEO: Tarcísio se desculpa por brincadeira com Coca-Cola durante coletiva sobre casos de intoxicação por metanol: 'Errei' Fomepizol: antídoto do metanol tem 'dose de ataque'; entenda como é o tratamento e como age no organismo Casos em São Paulo Perícia aponta que metanol foi adicionado em bebidas apreendidas em São Paulo Nesta terça, o estado de São Paulo confirmou 18 casos de intoxicação por metanol no balanço divulgado pelo governo. Há 158 sendo investigados e 38 casos foram descartados. 176 casos 18 confirmados (há laudo atestando presença de metanol e confirmação de circunstâncias que indicam que a pessoa ingeriu bebida adulterada); 158 em investigação (há indícios clínicos, mas aguardam laudo para confirmar presença de metanol e investigações para entender circunstâncias de eventual ingestão da substância). 10 mortes 3 óbitos confirmados (com laudo e confirmação de ingestão de bebida adulterada); 7 mortes em investigação (sem laudo e sob investigação das circunstâncias). 85 casos descartados após análise clínica Apreensões A força-tarefa do governo paulista apreendeu na segunda-feira (6) mais de 100 mil vasilhames vazios em um galpão clandestino localizado na Vila Formosa, Zona Leste de São Paulo. Interdições A força-tarefa que fiscaliza bares e distribuidoras desde a semana passada vistoriou 18 estabelecimentos, 11 deles foram interditados cautelarmente por conta de questões sanitárias. Seis distribuidoras e dois bares tiveram a suspensão preventiva da inscrição estadual: Bebilar Comercial e Distribuidora de Alimentos e Bebidas (4 inscrições), Brasil Excellance e Exportadora de Bebidas, BBR Supermercados, FEC Alves Mercearia e Adega, e Lanchonete Ministro. Metanol: Lewandowski diz que caminhões de combustível abandonados são alvo de investigação Investigações A Polícia Civil de São Paulo trabalha com duas linhas principais de investigação sobre as bebidas "batizadas" com metanol. Uma delas é que o metanol teria sido usado para a higienização de garrafas reaproveitadas que acabaram não indo para a reciclagem, segundo o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Câmara de São Paulo aprova CPI para investigar bebidas adulteradas com metanol Reprodução/TV Globo/Fantástico Outra hipótese é o uso do metanol para aumentar na produção o volume de bebidas falsificadas. Uma possibilidade é que a intenção do falsificador fosse adicionar etanol puro, sem saber que o produto estava contaminando com metanol. Já a Polícia Federal diz que não dá para descartar nenhuma hipótese no momento, inclusive a de que os casos tenham ocorrido após a megaoperação contra o crime organizado, realizada no final de agosto, que mirou um esquema bilionário no setor de combustíveis. Nesta terça-feira (7), o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, comentou essa possibilidade durante o anúncio da criação de um comitê informal de enfrentamento da crise do metanol. "Se esse metanol tiver origem em combustíveis fósseis, é outra hipótese de investigação. Recentemente, tivemos uma enorme ação de combate de infiltração do crime organizado na área de combustíveis e muitos tanques de metanol foram abandonados depois dessa operação. Essa é uma hipótese que está sendo estudada pela Polícia Federal", afirmou. Tarcísio se desculpa por brincadeira com Coca-Cola durante coletiva sobre casos de intoxicações