Sensor desenvolvido no interior de SP pode identificar em segundos metanol em bebidas contaminadas
Unesp de Rio Preto desenvolve sensor para detectar metanol em segundos Os casos recentes de intoxicação por bebidas adulteradas com metanol despertaram a preo...

Unesp de Rio Preto desenvolve sensor para detectar metanol em segundos Os casos recentes de intoxicação por bebidas adulteradas com metanol despertaram a preocupação com formas de identificar a substância. Em São José do Rio Preto (SP), um professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) trabalha com estudantes do curso de química em um sensor que pode detectar vapores de metanol em segundos. O governo de São Paulo confirmou na terça-feira (7) a terceira morte por consumo de bebida com metanol, que é um composto químico de uso industrial, presente em solventes, combustíveis e outros produtos, impróprio para consumo humano. 📲 Participe do canal do g1 Rio Preto e Araçatuba no WhatsApp Ao g1, professor da Unesp, Diogo Paschoalini Volanti, explicou que o dispositivo está em fase de pesquisa, mas já foi publicado em revistas científicas comprovando a eficácia da tecnologia. O dispositivo é produzido no laboratório e funciona a partir de um material sensível, que altera a resistência elétrica quando entra em contato com pequenas concentrações de vapores de substâncias voláteis, como o metanol. LEIA MAIS VÍDEO: homem é prensado por picape enquanto guardava flores no porta-malas e morre Adolescentes assaltam motorista de app e batem carro durante fuga em José Bonifácio De acordo com o pesquisador, o estudo começou em 2018. O dispositivo é uma “caixinha”, que cabe na palma da mão. Para utilizar, basta usar uma seringa e puxar o vapor que fica entre a bebida e a tampa de uma garrafa. O vapor é injetado no sensor que vai detectar se há ou não a presença do metanol. Quando o vapor é retirado, o sensor retorna ao estado inicial rapidamente, permitindo que o dispositivo seja reutilizado. Além de ser um dispositivo portátil, o sensor substitui o trabalho que hoje é feito por equipamentos que custam milhões de dólares. O custo do sensor desenvolvido pela Unesp é de R$ 100 a R$ 150. Dispositivo que pode detectar o metanol é desenvolvido em Rio Preto (SP) Diogo Paschoalini Volanti/Arquivo pessoal Dispositivo que detecta metanol é desenvolvido em Rio Preto (SP) Reprodução/TV TEM Professor da Unesp, Diogo Paschoalini Volanti, em Rio Preto (SP) Reprodução/TV TEM Etapas O grande desafio da pesquisa é diferenciar o metanol do etanol, que está naturalmente presente nas bebidas alcoólicas. Como o metanol é incolor e tem o mesmo odor do etanol, não há como identificar, a olho nu, a presença da substância. “Para isso, estamos desenvolvendo materiais sensores mais seletivos, ou seja, que ‘enxergam’ apenas a molécula de interesse, no caso o metanol, e seja ‘cego’ para as outras moléculas. Para facilitar e dar mais rapidez na detecção de moléculas perigosas”, explica o pesquisador. Os primeiros testes, segundo Diogo, foram realizados com amostras de vodca. Em uma delas, os cientistas adicionaram uma quantidade controlada de metanol para simular adulteração. O sensor foi capaz de identificar diferenças significativas nas leituras. Estudantes de química em pesquisa sobre dispositivo que detecta metanol em Rio Preto (SP) Reprodução/TV TEM Em meio a episódios recentes de intoxicação e mortes causadas pelo consumo de bebidas adulteradas, o pesquisador destaca o potencial da tecnologia para auxiliar na fiscalização. “Pode ajudar em teste qualitativo preliminar, mas deve ser complementado com técnicas mais robustas e precisas para confirmação da substância. Quanto mais recursos tecnológicos dessa natureza, aumentamos a prevenção e agilizamos a fiscalização”, destaca o pesquisador. Diogo salienta que ainda será necessário calibrar e validar os resultados em comparação com bebidas não contaminadas. Ainda em fase inicial, o projeto precisa de novos testes e investimentos antes de chegar ao mercado. A previsão é de que o desenvolvimento completo do dispositivo ocorra dentro de um a três anos. Quais são os sintomas da intoxicação causada por metanol em bebidas alcoólicas adulteradas Veja mais notícias da região em g1 Rio Preto e Araçatuba VÍDEOS: confira as reportagens da TV TEM