Sobe para sete o número de casos suspeitos de intoxicação por metanol em São José dos Campos; região soma nove casos em investigação
Cartilha mostra como identificar bebidas falsificadas Subiu para sete o número de casos suspeitos de intoxicação por metanol em São José dos Campos, segund...

Cartilha mostra como identificar bebidas falsificadas Subiu para sete o número de casos suspeitos de intoxicação por metanol em São José dos Campos, segundo a Secretaria Estadual de Saúde. Em todo o Vale do Paraíba, são nove casos suspeitos. A informação foi confirmada pelo órgão na tarde desta quarta-feira (8). Veja os números por cidade: Jacareí - 1 caso suspeito Lorena - 1 caso suspeito São José dos Campos - 7 casos suspeitos Ainda segundo o levantamento do governo, dois casos de Caraguatatuba foram descartados, pois exames comprovaram que não houve intoxicação por metanol. O caso de Jacareí chegou a ser descartado pela Prefeitura, no entanto, segue em investigação pelo governo estadual - leia mais aqui. Em nota, a Prefeitura disse que acredita que o sistema está em atualização e que o caso em questão deve ser descartado pelo governo estadual em breve. "A Prefeitura de Jacareí recebeu o resultado negativo da análise do caso investigado no município por possível intoxicação por metanol às 10h14 da manhã desta quarta-feira (8), por meio do GVE SJC. Em seguida, a Vigilância de Jacareí atualizou o caso no sistema de notificações SINAN e CIEVS-SP. Porém, o sistema leva algum tempo para atualizar as informações. O caso suspeito deve ser atualizado como "descartado" nos próximos dias", diz a nota. De acordo com o governo estadual, esses nove casos são os únicos em investigação no Vale do Paraíba, Serra da Mantiqueira, Litoral Norte e região bragantina. Em todo o estado de SP, são 201 casos, sendo 181 em investigação e 20 confirmados. Entre os 20 casos confirmados, cinco são de pacientes que morreram por causa do metanol, sendo três homens de 54, 46 e 45 anos, residentes da cidade de São Paulo, uma mulher de 30 anos de São Bernardo do Campo e um homem de Osasco de 23 anos. 🔍 O metanol é um álcool usado industrialmente em solventes e outros produtos químicos, é altamente perigoso quando ingerido. Inicialmente, ataca o fígado, que o transforma em substâncias tóxicas que comprometem a medula, o cérebro e o nervo óptico, podendo causar cegueira, coma e até morte. Também pode provocar insuficiência pulmonar e renal. A Polícia Civil de São Paulo investiga se os casos de intoxicação por metanol têm como origem garrafas de bebidas destiladas higienizadas com a substância. Esta é a principal linha de investigação das autoridades. Veja o que se sabe sobre os pacientes com suspeita de intoxicação na região: São José dos Campos - sete pacientes Na sexta-feira (3), o Ministério havia divulgado o primeiro caso suspeito da região, de uma paciente de São José. Segundo a prefeitura, se trata de uma mulher de 47 anos que mora na cidade, mas trabalha em Minas Gerais. Ela começou a passar mal após beber gin em uma cidade mineira. A mulher recebeu alta e se recupera em casa. "A paciente tem 47 anos e relata que comprou gin em um mercado em Minas Gerais e que no dia 28/09 teve sintomas como cólicas abdominais, cefaleia, diarreia e mal-estar geral, fazendo uso de dipirona sem melhora significativa. De volta a São José, ela procurou atendimento médico no Hospital Municipal devido à persistência dos sintomas. Ela foi internada para realização de exames e já teve alta", informou a prefeitura em nota. Até o momento, ainda não há informações sobre o estado de saúde dos outros seis pacientes de São José. O g1 acionou a Prefeitura sobre os casos e aguarda retorno. Jacareí - um paciente O primeiro paciente com suspeita de intoxicação na cidade é um homem de 26 anos, que mora no Jardim Bela Vista. Ele bebeu cachaça, teve sintomas característicos de intoxicação por metanol e buscou ajuda na UPA Dr Thelmo de Almeida Cruz na sexta-feira (3). O homem tinha náusea, vômitos e dor abdominal, entre outros sintomas, e foi transferido da UPA para um hospital. Ele foi internado na UTI da Santa Casa da cidade. Com quadro estável, a expectativa era que ele recebesse alta em 48 horas, mas ele deixou o hospital por conta própria. Lorena - um paciente Ao g1, a Prefeitura de Lorena confirmou o caso suspeito e disse que se trata de uma jovem de 21 anos que relatou ter consumido bebidas em uma festa. Ainda durante o evento, ela apresentou náuseas, mal-estar e perda de memória. A jovem foi encaminhada ao hospital e internada na UTI. A paciente não vai precisar utilizar o antídoto, pois apresentou boa evolução e recebeu alta nesta terça-feira (7). A Vigilância Sanitária Municipal está conduzindo a investigação para identificar a origem das bebidas consumidas na festa em Lorena. Imagem de arquivo - Drink. Foto: Unsplash Infográfico: o impacto do metanol no corpo humano. Arte/g1 O que é o metanol e por que ele oferece risco à saúde Diferentemente do etanol — que está presente nas bebidas alcoólicas comuns —, o metanol não é seguro para consumo humano. Sem cheiro, cor ou sabor característicos, pode ser misturado ilegalmente a bebidas sem que o consumidor perceba. Quando ingerido, o organismo o processa o metanol no fígado, onde se transforma em substâncias altamente tóxicas, como o ácido fórmico. Os efeitos aparecem rapidamente: visão borrada, tontura, dor abdominal, respiração acelerada e, em casos mais graves, cegueira irreversível, falência de órgãos e morte. A gravidade depende da quantidade ingerida e da rapidez do atendimento médico, já que o tratamento é considerado uma corrida contra o tempo. Na última semana, diferentes estados registraram suspeitas de intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas adulteradas. Diante do aumento de ocorrências, o Ministério da Saúde instalou uma Sala de Situação nacional para coordenar as ações com Anvisa, vigilâncias sanitárias estaduais e municipais, além de órgãos como Ministério da Justiça e Ministério da Agricultura. Bebidas destiladas são a maioria dos produtos contaminados com metanol, segundo as autoridades sanitárias Reprodução/TV Globo Com mais casos de intoxicação por metanol, deputados querem tornar adulteração de bebidas um crime hediondo Reprodução/TV Globo Veja mais notícias do Vale do Paraíba e região bragantina